sábado, 16 de janeiro de 2016

Ninho Vazio




Meus filhos cresceram, não me esqueceram, mas confesso que fiquei um pouco de lado.
Um pouco que para mim é muito e que é difícil de aguentar.
Já não precisam de mim para atravessar a rua, caminham sozinhos e fazem suas escolhas.
Pareço meio perdida, mas inútil, nunca.
Não sei como lidar com isso, a vida não me ensinou tanta coisa assim tipo:
Ter mais paciência que o normal, a suportar a saudade que insiste em me acompanhar,
segue todos os meus passos e me atormenta. 
Invade o meu espaço deixa um vazio em minha vida.
É como o vento, como uma chuva fria que ninguém sabe explicar.
Criamos os filhos para o mundo, para a vida.
Não podemos aquecê-los embaixo de nossas asas, como pequenos filhotes desprotegidos.
Cresceram, e junto com eles a vontade de ser livre, irem para lugares diferentes, com pessoas diferentes que às vezes nem sabemos quem são.
Cresceram em um piscar de olhos, e só me dei conta quando se arrumam e vão andando e dizem tchau mãe! Fica com Deus.
E já vai indo longe...
Já não posso colocá-los no colo e lhes contar aquelas histórias de sempre, certamente
pularia  alguma parte, mas me sairia bem inventando, improvisando. 
Já não posso oferecer-lhes um copo de leite antes de dormir, mais uma vez vão sair com os
amigos e ai sim estão sempre juntos.

 Já não posso acompanhá-los, tenho afazeres que me roubam o tempo, mas não o necessário para dormir um pouco e ter pesadelos que me fazem acordar com mau pressentimento daí, não consigo pregar os olhos até ter certeza de que estão bem.
E para mim não é nenhum mico ligar a qualquer hora, eu só queria mesmo era ter certeza. Depois tomar um copo de água com açúcar, fazer uma oração agradecendo a Deus e implorar que os protejam e iluminem os seus caminhos.
Cresceram sim, mas para mim continuam crianças, não muda nada.
Isto não os impedem de me deixar só.
Muitas vezes são assim todos os dias, a não ser que meus olhos possam vê-los ou minhas
mãos não puder toca-los por estarem longe, posso ouvir apenas a voz para  poder dormir um
Sono tranqüilo.
Mas só até meu coração inquieto procurar por eles, filho é filho. 
Não importa se estamos rodeados de amigos ou no meio de uma multidão, estamos com eles
na cabeça o tempo todo.
O coração não é bobo e faz às contas sozinho, o jeito é esperar...

Mas só o que eu queria mesmo era agradecer a Deus todos os dias por ter me dado à chance
de me tornar mãe.

                                               “Filhos” eu amo vocês.


                                                                                                                          Mayala Morena

                                                                                                                        (imagem do google)

 

 

 

 

        

                                                                
                                                            

                                                                      





                                               


Nenhum comentário:

Postar um comentário