domingo, 24 de janeiro de 2016

A ponte magica terceira parte


Até a bacia de alumínio era a mesma e tinha um furo no canto, depois assoprou o fogo para sua mãe fazer o jantar, pois ela quase não tinha fôlego, muitas vezes ele quem preparava a comida e comia a única refeição do dia ainda assim agradeceu a Deus e falava o de sempre antes de dar a primeira colherada “obrigada minha mãe”e a velhinha sorria dava - lhe um beijo no rosto e todos  iam dormir, menos João que apenas cochilava, mas as só nas noites de lua cheia que ficava bem claro o trabalho era dobrado. Sem energia elétrica a noite chegava mais cedo nas outras luas mesmo no escuro buscavam os fechos de lenha que cortou cedo e o capitão de guarda vigiando cada passo ate o maldito cair no sono ali mesmo encostado num canto qualquer e roncando feito um porco. Enquanto João carregava as lenhas do nada viu novamente aquela luz  na ponte passou e novamente virou Criança...
Chegando lá ele corria e brincava com as letras aprendendo o resto do alfabeto;
B, C, D, F, G, H , J, L, M, N, P, Q, R, S, W, X, Y e Z. Eram milhares de letras embaralhando e escorregando por todos os lados e ele sorria e pulava no parque que era a coisa mais linda e colorida que tinha visto e sabia ler  todos os livros, os mais interessantes deles e viajava no tempo.Brincou também de pular corda, pular elástico e de jogar bola, de batata quente, passar anel, amarelinha e muito mais. O rostinho de Joãozinho mudava da tristeza do dia a alegria da noite, um encanto. E mais uma vez o sol ia chegando, o sinal ia apitando, e mais uma noite se passando. Todas as crianças voltando à vidinha de sempre e em adultos iam se transformando e com os olhos fechados iam andando e andado...
Os pequenos pés iam crescendo e as velhas calças curtas em pega frango se transformando, na verdade, era mais um dia de trabalho pesado para todos começarem bem cedinho e cada um em sua casa se deitando novamente como sonâmbulos. Já na casa do patrão, muita lenha de montão aparecera.
Muito rico o homem ficou, e ninguém sabia explicar como poderiam trabalhar tanto sem descanso se mal comiam e dormiam e ainda estavam vivos, mas ele saia resmungando dando ombros sem se importar como havia tanta lenha, o bastante para muitos meses e sem lenha para cortar todos podia descansar, mas só ate aparecer mais galhos em alguns dias.
                                                                                                                                             06  
Aquela luz era uma linda fada chamada Maria, conhecida também como Xuxa a rainha dos baixinhos e estava sempre por perto ajudando todos os trabalhadores. Que não sabiam o que realmente acontecia, mas descansavam perto dos montes de lenhas e depois iam pra casa. E em uma das vezes que Joãozinho chegou à ponte recebeu um livro especial e começou a lê-lo, desta vez não quis brincar como nas outras noites preferindo lê-lo até a última página, ou seja, até amanhecer. Guardou o livro e na fila da saída cada criança recebia um pacotinho e colocaram nos bolsos e foram e mais uma vez em um passe de mágica em casa foram chegando.
E os trabalhos feitos pelas fadas estavam todos empilhadinhos de um jeito que o homem jamais conseguiria fazer juntos. A fada Maria se reuniu com milhões de mines fadas para ajudar aquelas pobres pessoas. E o capitão do lado roncando, não via quando as lenhas iam chegando, alguns troncos quase lhe acertavam, mas a fada  desviava fazendo um gesto de reprovação para a fadinha descuidosa, mas depois riam sem acertar o marmanjão.                                                              
Durante o dia João percebeu que tinha algo no bolso percebeu o pacotinho e abriu, eram sementes e pela primeira vez lembrou-se da noite anterior, das letras do livro, era como se o mesmo livro estivesse ali, na sua frente e ele o lendo de novo. Colocou as sementes com muito carinho nas mãos, olhou para o céu, agradeceu a Deus por ter lhe dado à chance de ter aprendido a ler e procurou um cantinho do chão cascalhado para plantá-la, mas não havia um lugar bom, mas se abaixou a procura de um graveto ou uma lasca de madeira qualquer e começou a cavar e para as sementes nas mãos novamente olhou e com toda sua fé de menino inocente no coração de adulto, fez as covinhas e a sementinha foi jogando.
Der repente...Um sorriso nunca visto em um rosto sofrido desabrochou ao mesmo tempo em que dos seus olhos caiu uma lágrima que a sementinha molhou.
Muitos dias se passaram e nada por ali aconteceu, até que se passassem sete dias e João só trabalhava sem parar, mas um dia acordou e mal acreditou no que seus olhos podiam ver. 

E num passe de mágica uma grande horta verde se formou, com belos pés de alfaces, couves, mandiocas, e cebolinhas. 

                                                                                                                   (imagem do google)

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