domingo, 13 de março de 2016

A historia de Joao & Maria parte 19

Depois de matar a saudade e conversar  bastante, explicou que aquele guri era a razão de estar viva, contou sobre o pai de João sem mencionar o nome do traste, mostrou a cicatriz perto da cabeça e atrás da orelha que a fez perder a memória e por isso não os procurou durante tanto tempo.Também não tinha nenhum documento e o filho só tinha o cartão de vacina e um registro de nascimento provisório.Contou sobre o parto difícil e o tamanho que ele nasceu.Ficaram de boca aberta, mas depois sorriram do tamanho que ele era .
_amanha a gente resolve isso meu filho.
_O doutor Renato se hospeda por aqui hoje não é mesmo?
_acho que sim, estou de folga por dois dias.
_mãe cadê todo mundo?
_Ah, filha o Bernardo se casou com a vizinha e Carlinhos ta por ai, claro que não se casou.
_eu sabia que não. E riram novamente...
No dia seguinte Sr Helio e Maria da Graça  foram com o Dr. Renato registrar o menino em SP que se emocionou ao saber o segundo nome do menino, Helio, João Helio em homenagem a ele sendo que a filha tinha perdido a memória, mas de certa forma jamais o esqueceu.
A vovó coruja ficou mimando o neto, foram ate a casa do tio Bernardo que ficou corado em saber toda a historia enquanto o menino se encantou pelo o tio  e a priminha.
Que carinha diferente, nem parece o mesmo Joãozinho de antes, tinha um brilho no olhar de tanta felicidade ainda mais quando soube que poderia escolher seus material  escolar e estudar como toda criança na escola  pertinho de casa.
Eba!Eba!Eba e Eba eu vou estudar._vó a senhora sabia que eu já sei ler e escrever?
_nossa! Joãozinho como você me esperto.
_eu poderia ligar para minha madrinha, estou com muita saudade dela.
_Mas quem é sua madrinha meu filho. Ele contou o nome dela, falou dos filhos dela, dos vizinhos, do trabalho da mãe vendendo balas nas ruas de São Paulo, falou da  escolinha aos sábados e com muito orgulho falou dos meninos que aprenderam com a sua mãe a ler e escrever.Dona Helena encheu os olhos de água de tanta emoção ao imaginar tudo que o menino falava, mas mudaram de assunto pegando o telefone e fazendo a ligação.Eufórico não falava coisa com coisa e dona Lurdes pediu para passar o telefone para avó.
Depois de tanta coisa  resolveu desmaiar de cansado no sofá e sobrou para o avô leva ló para o quarto, dona Helena pediu o favor com um sorriso de orelha a orelha e ele aceitou com outro sorriso e se abraçaram mais uma vez enquanto velavam o sono do pobrezinho que sorria dormindo.Ele acordou com olhos arregalados dizendo:
Vó, vovó me esqueci de fazer a oração, e assim fez em silencio.
Ia, ia, ia o quem é que deixa fazer tudo que a mamãe nunca deixou.
Ia, ia, ia o é a vovó e o vovô. Joãozinho mesmo dormindo imaginava a musica e sorria.
Dona Helena liga para a floricultura reservando as flores para levar a igreja para pagar sua promessa em agradecimento em dobro, pela vida da filha e do neto. Depois de alguns dias ligaram para Doutor Renato e dona Lurdes vier para o batizado do menino, já passava da hora de oficializar esse batizado, não quero ninguém pagão aqui em casa. O menino sorriu, pois já sabia o que era uma criança pagã, mesmo porque ele quem escolheu o medico para padrinho e gostou dele desde o primeiro dia. E fizeram um grande churrasco no buraco e o velho patriarca mal se aguentava de tanto orgulho em ver a família reunida. Enquanto isso Maria da Graça se distraia viajando na felicidade do filho e do nada lhe veio uma lembrança de uma vez em que por um minuto se descuidou dele atendendo os alunos e ele se dispersou e se juntou com outros meninos que por maldade lhe sujaram a roupa e o mandaram pedir dinheiro no farol. E era como se ela pudesse ouvir a musica com olhos molhados deixou escapar uma gota que caiu como cristal e fez barulho no chão.
“Uma criança o papai parou, sorrindo lhe estendeu a mão, me da licença meu senhor desculpe estou de pés no chão, a minha roupa ta rasgada, nem o cabelo eu penteei, é que eu dormi nessa calçada e com o sol eu acorde, queria ser como seu filho, correr, brincar e jogar bola, ter uma mãe pra me acordar e ter um pai pra me levar na escola, meus pais não sei por onde andam, a minha casa é essa esquina, meus irmãos são as estrelas e a vida me ensina. Moço eu ouvi dizer, que sou a esperança, mas não sei do que, se ninguém me vê como criança, moço eu vivo aqui, sem carinho e proteção, vá pro seu trabalho eu só quero um trocado para comprar um pão” Ela chorou em se lembrar de que aquele foi o único dia em que precisou chamara atenção do filho, não bateu, mas colocou as duas mãos nos ombros dele e falou com voz bem forte em um tom que ele nunca tinha ouvido.

Filho, eu não quero que você faça isto de novo você me entendeu?Eu trabalho duro, não deixo faltar nada pra você e você faz isso comigo?Depois o abraçou bem apertado e ele prometeu nunca mais desobedecê-la depois de chorar bastante envergonhado do que fez ficou de castigo.

(imagem do Google)





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